Aprendendo e ensinando nas cordas

Este texto é um resumo e adaptação do texto original que se encontrava no link: https://sansblagueandbergborg.se/

Uma questão de comunidade

Não ensinam como trabalhar com o próprio corpo enquanto bottom ou como trabalhar com o corpo do bottom enquanto top. Ensinar mais os bottoms e estimular compartilhamento de informações entre eles.

Uma questão de gênero

Homem como top, mulher como bottom – heterossexismo, homem lidera, mulher segue (analogia com tango). Acham que não há nada de especial ser guiada / ser bottom, que é fácil e nem todes tem capacidade pra assumir a posição de bottom. Preparo físico, quando reagir, quando respirar, quando contrair, quando relaxar, quando parar, quando responder, como ficar parado algumas vezes. O ideal é que haja sempre 2 pessoas ensinando e dando igual atenção a todes estudantes. Muitas vezes pensa-se que o bottom gasta menos energia, que o trabalho mais ativo é da rigger, quando na verdade pra se manter em uma posição parado demanda muito esforço e energia do bottom. Muitas vezes mulheres se sentem mais seguras não sendo amarradas por homens e sim por outras mulheres. Muitas vezes as bottoms são apresentadas pelo top antes de apresentações apenas com \’e essa é fulana\’. A submissão e dominação do BDSM aparecem muitas vezes no shibari, e mulheres estão \’mais acostumadas a serem tratadas como submissas\’. Mas o poder de entrega é difícil, nem todos conseguem se entregar e ser bottoms. Eu quero que safe words sejam respeitadas, que bottoms tenham sua própria voz, quero submissão como local de poder.

O que eu acho que faço quando ensino e o que eu gostaria de fazer

INTRODUÇÃO AS CORDAS

Experimentando de dentro: meditação, movimento, massagem, tônus muscular e equilíbrio.
Facilitando a troca de posições top-bottom: quem toca, recebe toques, quem está de olhos abertos/ fechados, quem da/ recebe peso do corpo fora de balanço.
Segurança e confiança:
.estabelecer desejos e limites, poder parar a qlqr momento.
.iniciantes saberem de lesão de nervos, porém sem alarma-los.
.preferência de pronomes pelos quais as pessoas preferem ser chamadas (meio queer) e usando linguagem neutra.

ENSINANDO COOPERAÇÃO

Sempre haver duas pessoas ensinando.
.bottom e top ativos nas atividades
.ambos descreverem sua atv mental e física
.mudar as condições que muda a dinâmica entre a pessoa que amarra e que é amarrada de diferentes formas.
Quando são duas pessoas fica mais fácil de dar conta da classe.

PESSOAS QUE ME INSPIRARAM

Dasniya Sommer e Frances d\’Ath: yoga como aquecimento, abordagem sobre trabalho de respiração, core e manejo da dor.
MarikaRope / Resonance13: estúdio com ambição de fazer mais eventos para e sobre bottoming, inspiradas por ex em acrobacia aérea. Classe de movimento sobre estabilidade do core, alongando e mobilizando a espinha/ coluna.
Gorgone e Gestalta: ajuda com 2 posições pela tontura e pelo amortecimento das mãos.
.modelos ajudam mto mais riggers do que o contrário.

Comunicação na suspensão

Você pode ter dificuldade para formular frases que precisa.

PRECISÃO NA COMUNICAÇÃO VERBAL

– Seja preciso sobre o tempo que acha que aguenta e deve ser tirado das cordas.
– Seja preciso sobre sua situação e o que precisa ser feito.
– Saiba mostrar qual parte te incomoda sem utilizar esquerda e direita pois há muita confusão nisso.

COMBINE SINAIS NÃO VERBAIS

.intencionais: safe word não verbal. Abrir olhos e olhar fixamente onde incomoda, etc.
.não intencionais: quando as pessoas amarrando se conhecem bem observam respiração, cor da pele, sudorese, etc.

ESTEJA PREPARADO PARA FORTES EMOÇÕES E SENSAÇÕES

– Esteja presente e foque no que você está fazendo no momento! Feedbacks depois, não começar conversas longas nas cordas.
– Você pode perder um pouco o controle da sua voz com dificuldade respiratória ou dor extrema, seja super preciso sobre o que quer, ex: me tira daqui rápido.
– Expanda sua capacidade de novas emoções AOS POUCOS. Coisas novas, experimente por pouco tempo e vá aumentando gradualmente.
– Tente não entrar em pânico, você falou que quer sair, é só uma questão de tempo.
– Se a pessoa que está te amarrando entrar em pânico foque em seu corpo antes de tomar responsabilidade pelas emoções de outra pessoa.
– Se tem dificuldade em responder se está tudo bem, peça pra pessoa se atentar a sua respiração apenas.

Respiração na suspensão

Infelizmente não resumi este texto apesar de ter lido, tentarei criar um a partir de minhas experiências em breve. (Meu: muito tempo de cabeça para baixo pode alterar sua pressão, audição e respiração além de poder causar enjoos. Se estiver suspensa de barriga para baixo e sem uma linha sustentando o começo do quadril poderá haver grande pressão na área, acarretando a uma dor na coluna e toda região lombar. Para minimizar danos é preciso ativar seu core (abdômen). Não é possível fazer isso por muito tempo, afinal quanto tempo você aguenta fazendo exercício de prancha sem colapsar a lombar? Isso vai alterar sua respiração e poderá alterar a pressão também.)

O foco aqui não é estética, relaxe seu abdomen. Muitas vezes você precisará de uma respiração mais abdominal para dar conta de determinadas suspensões devido ao aumento de pressão das cordas no tórax.